domingo, 3 de junho de 2012

Oficiais de Justiça do Brasil estão de luto pelo assassinato do colega Daniel Norberto da Cunha

Silêncio servindo de amém.

Era um trabalhador e como tal saiu de casa para mais um dia de labuta.

Era um Oficial de Justiça e como tal saiu sozinho, desarmado guiando seu carro/escritório rumo ao desconhecido, ao inesperado.

Avenidas, ruas, vielas,travessas, becos, escadões, prostíbulos, bocas de fumo ou distantes áreas rurais, não raro tem que deixar o carro e seguir a pé.

Vai levar as decisões judiciais aos seus destinatários, traduzir em miúdos, cara a cara, o que foi decido no longe dos gabinetes refrigerados; na maioria dos casos a decisão comunicada não é a melhor para quem a recebe e a recepção varia com o nível de stress que o impacto da notícia causa.

Vai entrar na casa da pessoa e impor limitações e até perda de patrimônio a favor do Estado ou daquele que, a essa altura do campeonato, não é mais persona grata, ao
contrário, passou a ser a mais ingratíssima das personas.

Houve tempo que o Oficial de Justiça era uma figura temida, hoje se sente acuado. 

Exerce uma das chamadas Profissão Perigo, não tem como ser Oficial de Justiça sem se expor ao perigo, seja à reação violenta de um inconformado com a decisão que ele está ali para executar, seja á violência do trânsito, seja à vilência urbana.

Hoje, mais uma vez estamos de pela morte de um colega, tombado em serviço.

Dessa vez foi Daniel que saiu para "aproveitar" o período noturno e cumprir dois mandados, não voltou, não voltará.

A causa da morte vai ser investigada pela polícia. Mas, não importa a conclusão do inquérito, certamente terá sido por um dos perigos aos quais estamos expostos sempre que saímos às ruas para cumprir o nosso ofício, nossa profissão - perigo / profissão - solidão / profissão -  medo.

*"Sou humano, tenho medo. *

*Não permita que minha vida corra perigo.*

*Confio na sua proteção e misericórdia, Senhor.*

*Amém."*

*(parte final da Oração do Oficial de Justiça)*

*SONIA PERES, OFICIAL DE JUSTIÇA DO TRT/MG

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