Mãe da menina Joanna acusa Biscaia de constranger oficial de Justiça
RIO E BRASÍLIA - A médica Cristiane Marcenal, mãe da menina Joanna Marins, morta em 2010 com sinais de tortura, acusou nesta sexta-feira o subsecretário estadual de Direito Humanos, Antônio Carlos Biscaia, de ter constrangido um oficial de Justiça. Em nota da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o caso teria acontecido em 2007, época em que foi feito um pedido de busca e apreensão da menor, que se encontrava com o pai, André Rodrigues Marins, acusado de agredir a menina.
"Ele (André) foi solto e trabalha na sala ao lado onde corre o processo criminal dele. Será que o TJ não vê isso? Biscaia interferiu para beneficiá-lo", disse em nota a mãe de Joanna, acrescentando que as denúncias contra o subsecretário já estão no processo que corre na Justiça.
A acusação foi feita durante um depoimento da médica, que diz ainda que o pai de Joanna é parente de Biscaia, à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que convocará o funcionário do Tribunal de Justiça para depor. No depoimento, Cristiane relatou também a existência de um boletim de ocorrência em nome de André dando queixa da mulher, Vanessa Marins, por dar "cadeiradas" em sua cabeça por não querer a presença da menina na casa.
"Tentaram me convencer de que os maus-tratos na verdade eram apenas acidentes domésticos, mas ele já tinha antecedentes por agressão à primeira mulher e à Vanessa também. Minha esperança é que a comissão possa me ajudar, uma vez que eu tentei de tudo e ninguém me deu a mínima atenção", disse ainda a nota.
Procurado pelo GLOBO, Biscaia demonstrou indignação diante das acusações. Disse que é tudo mentira e que predente processar Cristiane por difamação.
- Essa acusação é absoluta falsa e mentirosa. Isso nunca existiu. A dor dela tem que ter limites. Ela não pode acusar levianamente pessoas que não têm nada a ver. Vou tomar medidas cabíveis para reparar o dano causado - anunciou.
O subsecretário de Direitos Humanos explicou que é casado com uma tia de André. No entanto, nunca tentou influir no processo judicial que corre contra ele.
- Sou casado com uma tia dele. Em razão do parentesco, ela fica me atacando. Não é a primeira vez que ela faz isso. Tenho 30 anos no Ministério Público e 10 anos de vida pública como parlamentar. Tenho uma vida idônea - protestou. - Se ela declarou que eu fiz interferência, isso é falso. Ela vai tomar processo por danos morais e criminal, porque isso é difamação. Ela não pode acusar todo mundo dessa forma irresponsável. Até agora eu relevei, tudo tem um limite na vida.
Biscaia alegou que as denúncias do oficial de Justiça são falsas também, e não quis dar opinião sobre as circunstâncias de morte da menina Joanna.
- O oficial de Justiça é mentiroso, já foi demitido do Judiciário por corrupção - disse.
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