DECISÃO SOBRE REAJUSTE DO JUDICIÁRIO PARA DEPOIS DAS ELEIÇÕES - Regina Alvarez
BRASÍLIA - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou na tarde desta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer deixar para depois das eleições a decisão sobre o reajuste do Judiciário, para que o próximo eleito possa ser consultado a respeito da despesa que herdará. O projeto que tramita no Congresso propondo a reestruturação das carreiras do Judiciário tem impacto orçamentário estimado em R$ 6,4 bilhões.
- O presidente Lula não se sente confortável em deixar para o próximo presidente o problema fiscal. Qualquer que seja o vitorioso, será consultado antes de qualquer decisão - disse o ministro, após se reunir com líderes sindicais do Judiciário.
Pela manhã, Lula se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, e com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, para tratar dos reajustes do Judiciário. Segundo Paulo Bernardo, os ministros aceitaram as argumentações de Lula, que pediu então ao ministro do Planejamento e ao Advogado Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, que se reunissem com os sindicalistas para buscar um entendimento, o que no primeiro encontro não foi possível.
Os sindicalistas, segundo o ministro, receberam mal a proposta de adiamento e foi marcada então uma nova reunião para a próxima quinta-feira. O ministro do Planejamento foi enfático ao afirmar que não há condições de conceder o reajuste este ano, nem em uma única parcela. Destacou que mesmo que aprovado pelo Congresso, o projeto seria inconstitucional, porque cria uma despesa sem previsão orçamentária.
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