Maior fórum trabalhista do país, Barra Funda parou, ou melhor, "apagou"
Na manhã desta terça-feira (21) conforme prometido pelos grevistas o maior fórum trabalhista do país, Ruy Barbosa, parou! Quase mil servidores aderiram à greve.
Por Juliana Silva
Não passavam das 7h da manhã e dezenas de servidores já estavam a postos na porta de entrada do prédio para a realização do piquete de convencimento. As 11h, centenas de servidores se concentraram na porta e os demais realizaram arrastões nas secretarias.
A porta de vidro do fórum foi tomada por cartazes confeccionados pelos grevistas “greve geral e irrestrita, PCS já!”, “Acorda Dilma! Acerta os ponteiros, estrutura tem que ter qualidade e valorização da funcionalidade”, “Dilma: quebrando a Constituição não se tem razão e nem nação!”, “O TRT-2 ganhou 10 troféus por eficiência, enquanto nós (servidores) ganhamos piora das condições de trabalho e salário congelado”, entre outros que denunciavam a política de arrocho do governo Dilma Rousseff.
Por volta das 13h45 veio à confirmação que todos esperavam, a paralisação estava dado, o prédio apagou!
Os arrastões realizados no prédio pelos grevistas confirmaram: 25 audiências suspensas, das 90 varas 85 estavam fechadas, sendo que em algumas as luzes estavam apagadas. Com a suspensão destes serviços a participação chegou a quase mil servidores em greve. O resultado foi comemorado com muita emoção, apitos, cornetas e vuvuzelas pelos grevistas que ocuparam o saguão do fórum cantando “PCS quando? Já!”.
A força da greve suspendeu o atendimento ao público e cancelou o leilão. “Hoje realizamos o Apagão do Judiciário” disse a servidora do prédio Inês Leal de Castro, também diretora do Sintrajud. Neste instante a alegria tomou conta dos grevistas que comemoram com apitos e vuvuzelas o resultado da construção de mais um dia de luta pela aprovação do PCS-4.
Grevistas de fora da capital também se deslocaram de suas cidades para o “Apagão do Judiciário” na JT/Barra Funda. Servidores da Baixada Santista que também realizam o maior ‘apagão’ da região vieram se somar aos servidores do Fórum Trabalhista da Capital.
“Apagão” na Baixada Santista
Na Baixada Santista a paralisação na Justiça Trabalhista é geral. Os fóruns de Santos, Praia Grande, São Vicente pararam quase na totalidade, sendo que as audiências foram suspensas é o que relata a servidora da JT/Santos, Marinilda Dias, “em Santos (Trabalhista) as setes varas não tem audiência e nem atendimento de balcão, inclusive, a distribuição ficou com a diretora e apenas um funcionário”, relatou.
Nas demais cidades da Baixada a adesão também é forte, “São Vicente e Praia Grande a participação dos servidores à greve é integral, ‘apagamos’ três prédios completamente”, afirmou com ar de orgulho pelo trabalho realizado a servidora, que também faz parte do comando de greve da Baixada.
A importância sobre o apagão da JT/Barra Funda para os demais locais de trabalho também foi comentada pela servidora da Baixada. “Estamos numa situação delicada precisamos fazer algo efetivo para mostrar que estamos em greve, por que estão ignorando a greve do Judiciário, por isso, parar este fórum é de maior importância, inclusive, nacionalmente”, advertiu a Marinilda Dias.
Protestos na porta do prédio Administrativo
Mais uma vez, o direito a liberdade sindical é desrespeitada pelas administrações dos tribunais que em nada tem contribuído para ajudar nas negociações pela aprovação do PCS-4. Desta vez, o diretor geral do prédio Administrativo do TRT-2, Luiz Alberto Daguano, tentou impedir a entrada dos servidores ao prédio para a realização do arrastão de convencimento.
Indignados os servidores permaneceram na porta e exigiram o acesso ao prédio. Depois de muita pressão, a administração ‘aceitou’ a entrada de três grupos compostos por oito pessoas cada.
Em resposta nas salas onde passavam os grevistas convocaram os colegas à greve e denunciaram a tentativa da administração em restringir a entrada dos servidores ao prédio. "Diante da atitude autoritária da administração, os colegas do prédio precisam mais do que nunca aderir à greve, para fortalecer o movimento pela aprovação do PCS-4, por que esta é uma luta de todos", afirmou o comando de greve no local.
Doação de Sangue
Ainda pela manhã cerca de 50 grevistas se deslocaram de ônibus até ao Hospital da Santa Casa (Hemocentro) para doação de sangue reafirmando a campanha “Doe sangue pelo PCS, o dia em que a nossa luta salvará vidas”.
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