Deputados boicotam servidores e aprovam para si
aumento de 60%
Extraído de: Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU no Maranhão
O projeto prosperou, na quarta-feira (15), menos de cinco horas após deputados da base governista obstruírem, na Comissão de Finanças, a sessão que poderia aprovar o parecer que rejeita outro projeto, o PLP 549/2010, que ameaça deixar o funcionalismo com reajuste zero por dez anos. A manobra foi reconhecida até por parlamentares da base do governo "foi a olhos vistos", disse um assessor parlamentar -, embora alguns argumentem que havia outros projetos indesejáveis na lista de votação da comissão. Para a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que é relatora do PLP 549, foi uma manobra do PT para evitar o constrangimento de votar contra os servidores. Caso não seja apreciado até o início do recesso, o parecer cai e novo relator será designado em 2011. O PSOL foi o único partido a se posicionar contra o aumento para os parlamentares.
O quórum que não houve para votar o parecer que derruba o projeto que pode congelar os salários dos servidores não faltou para aprovar, em menos de uma hora, o aumento de deputados, senadores, ministros e presidente da República em percentuais que vão de 61% a 149%. No Senado, bastaram cinco minutos para ratificar o que fora votado minutos antes na Câmara e que beneficia todo o primeiro escalão do Executivo e do Legislativo nas esferas federal, estadual e, posteriormente, municipal.
Nada para o Lulinha -
Para Jailson Lage, da Justiça Federal de Salvador, o que aconteceu reforça a ideia de que tudo é questão de vontade e interesses políticos, não de falta de recursos. Ele considera "patético" o presidente Lula se referir ao aumento em tom de gozação e dizendo que não iria sobrar nada para o Lulinha. "Demonstra o papel que esse governo cumpriu, o de garantir os interesses das elites, dar migalhas ao povo, e, ao final, rir dos trabalhadores, principalmente dos setores organizados", diz.
Líder governista articulou acordo
"Acho que deve haver coerência por parte dos parlamentares. Eles ficam sem moral ao aprovar o projeto deles e não rejeitarem o projeto que pode engessar os salários dos servidores, isso pode resultar em greve e em prejuízos à população", critica Rosicler Bonato, da Justiça do Trabalho de São José dos Pinhais, no Paraná. Mesmo diante desse quadro, a servidora ressalta que o cenário para rejeição do PLP 549 é mais favorável esse ano do que em 2011, quando a maioria do governo será ainda maior.
Maioria que já iniciará o mandato adoçada com o acordo que teria tido no deputado petista Março Maia, vice-presidente da Câmara e possível próximo presidente da Casa, Março Maia (PT-RS), um dos principais articuladores. E que lhes renderá um aumento, em valores nominais, 340 vezes maior do que os 30 reais que Lula e parlamentares querem limitar para o salário mínimo. Como disse Tiririca (PR-SP), o deputado mais votado do país, eles deram "sorte". LutaFenajufe
Nenhum comentário:
Postar um comentário