O iPad chega ao Brasil e enfrenta briga judicial
RIO e SÃO PAULO – Após oito meses de espera, o iPad, o tablet da Apple, finalmente começou a ser vendido no Brasil. Na madrugada de sexta-feira, 150 lojas em todo o país e vários sites deram a largada nas vendas. A procura foi alta, mas não houve reclamações – pelo menos por parte dos consumidores.
Quem anda se queixando da Apple é a empresa Transform Tecnologia de Ponta Ltda., que detém a marca I-PAD no Brasil. A empresa está à frente de um imbróglio sobre o nome da marca que já dura um ano no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Fabricante de equipamentos médicos, a empresa entrou esta semana com ação cautelar de busca e apreensão na Justiça de São Paulo para recolher provas de que o produto da Apple está sendo comercializado irregularmente no país com o nome.
A ação foi movida contra a rede Fast Shop, revendedora oficial da Apple. Quinta-feira, por volta de 22h30m, um oficial de justiça apreendeu seis iPads na loja no Shopping Iguatemi. Os advogados da Transform vão usá-los como provas em um processo contra a Fast Shop por violação de marca, pedindo indenização e o encerramento das vendas.
A Transform diz que escolheu a rede aleatoriamente e que tomará a mesma medida contra todos os revendedores do iPad. Procuradas, Apple e Fast Shop não se manifestaram.
A Transform conseguiu em 19 de janeiro deste ano três registros do nome I-PAD no Inpi, sendo um deles para o setor de informática. A empresa fabrica um desfibrilador (equipamento médico usado para ressuscitar pacientes em parada cardíaca) com a marca. Os pedidos de registro datam de 2007.
Em julho, a Apple entrou com pedido de anulação desses registros, alegando que a marca I-PAD pode se confundir com o nome iPod, que pertence à Apple desde 2001. Em março, a Transform se opusera à concessão de seis registros da marca iPad à Apple alegando que ela se confunde com I-PAD.
- A Apple está pirateando nossa marca sem nem ter nos procurado. Entramos em contato com eles mas não tivemos resposta – afirmou o dono da Transform, Mario Antonio Michelletti, que usa iPhone e gostaria de ter um iPad. – Não temos nada contra a Apple, só quero defender a nossa marca.
Nos sites, alguns modelos já estão esgotados
Mas os consumidores parecem estar alheios à grita jurídica. Em São Paulo, não faltaram filas para comprar as maquininhas, que custam entre R$ 1.649 e R$ 2.599. O bancário André Rodrigues foi à Fast Shop do Iguatemi e levou, além do iPad, uma placa de agradecimento por ter sido o primeiro a comprá-lo.
Nos sites, já não há mais alguns modelos. Na Americanas.com, ainda há os de 16, 32, e 64GB com Wi-Fi, mas só o de 64GB com 3G. No Submarino, acabaram todos os modelos.
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