Sete anos depois, famílias de vítimas ainda pedem justiça
(27/01/2011 - 06:11)
Barbárie. Grupo foi executado por pistoleiros durante a fiscalização em uma fazenda no Noroeste de Minas
Em 28 de janeiro de 2004, três auditores fiscais do trabalho e um motorista que os levava ao serviço foram vítimas de uma emboscada. O grupo foi assassinado friamente por pistoleiros durante a fiscalização em uma fazenda na cidade de Unaí, região Noroeste de Minas. Sete anos depois, a história que ganhou repercussão nacional ainda não teve um desfecho. Até hoje, o julgamento dos nove acusados sequer foi marcado e os familiares das vítimas têm que conviver com a impunidade.
É para cobrar mais agilidade da Justiça que auditores fiscais e representantes da categoria, além de familiares das quatro vítimas, vão fazer, amanhã, uma manifestação na porta do prédio da Justiça Federal, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital. Cerca de cem pessoas são esperadas para participar do ato, marcado para as 10h.
Segundo o presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (AAFIT/MG), João Frazão de Barros, representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) de Brasília também são esperados. Barros defende que os culpados sejam punidos para servir como exemplo. "Já se passaram sete anos e o julgamento ainda nem foi marcado. Tem que haver uma punição para servir como exemplo", disse.
O processo sobre o crime corre na 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. Dos nove acusados, cinco respondem em liberdade. A assessoria de comunicação do Ministério Público Federal informou que os benefícios são concedidos aos acusados por causa dos vários recursos que eles impetraram na Justiça, o que também tem contribuído para a demora na marcação do julgamento.
O crime. Os auditores fiscais Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos a tiros. De acordo com as conclusões das investigações, o crime foi cometido a mando dos fazendeiros e irmãos Antério Mânica e Norberto Mânica, além do empresário Hugo Alves Pimenta. Eles teriam contado com a colaboração de outras seis pessoas para matar os fiscais. Os três estão soltos.
Apesar dos sete anos do crime, os familiares das vítimas ainda sofrem com a perda dos parentes. A viúva de Nelson Silva conta que, após a morte do marido, com quem ficou casada por quatro anos, sofreu vários pequenos derrames que acarretaram sequelas de memória. "Para a gente, que sofre muito, a condenação deles representaria muita tranquilidade. Seria poder descansar um pouco após sete anos", afirmou.
Fonte: O Tempo
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