Líder: Câmara negociará reajuste para satisfazer Judiciário
Dayanne Sousa
Lideranças do PT na Câmara dos Deputados já trabalham com a possibilidade de aprovar um reajuste salarial para o Judiciário, desde que menor do que o estabelecido na proposta enviada à Casa na sexta-feira (2). Caberá ao relator do Orçamento, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a tarefa de negociar um novo valor que satisfaça o Planalto e evite o acirramento de um atrito com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A atual proposta prevê um aumento de 56% para os servidores e 14,7% para os magistrados. "Está clara a dificuldade de se conceder esse aumento, mas também não é razoável que não haja aumento nenhum", pondera o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, a Terra Magazine. "Arlindo Chinaglia terá que conversar com os dois poderes para satisfazer os dois".
Chinaglia já havia declarado que o reajuste não é uma prioridade, mas os deputados devem trabalhar para reduzir o mal-estar entre os integrantes do STF que começou quando o aumento foi excluído do texto original do Orçamento entregue ao Congresso. A Terra Magazine, o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou que, ao não "respeitar a cláusula constitucional que determina que o reajuste seja anual e na mesma data para todos os servidores", o Estado está "tripudiando".
Por enquanto, os deputados não falam qual seria uma porcentagem de aumento salarial viável. Apenas descartam por completo a atual. Até mesmo na oposição, há mais simpatia por um "meio-termo", como diz o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), também membro da Comissão de Orçamento.
- Não concordamos com esse aumento, concordamos em avaliar possibilidades desse orçamento frente a uma realidade de aperto financeiro. Defendemos o diálogo com o Judiciário - diz o tucano.
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