terça-feira, 21 de setembro de 2010

O dia a dia do Oficial de Justiça nas suas certidões (003)


As certidões dos Oficiais de Justiça transcritas neste blog, por razões de segurança serão reproduzidas sem dados que possam identificar ou embaraçar aqueles que foram alvos da diligência, principalmente os dados do (a) Oficial (a) de Justiça, já que nesses dias negros nossa classe se tornou o alvo preferencial da violência que assola toda a sociedade.
Os Oficiais que desejarem constar no espaço seus percalços, violência sofrida e demais agruras, por favor remetam cópia das suas certidões para o email "aojustra@gmail.com".

A DIRETORIA DA AOJUSTRA


CERTIDÃO

Certifico e dou fé que me dirigi na data de 12/03/2009 ao endereço acima à Rua XXX, no. XX, Belenzinho (14:59) e tem este Oficial de Justiça Avaliador Federal a informar ao MM. Juízo o seguinte.

No local funciona o escritório de advocacia do Dr. XXXX, já tendo este Oficial de Justiça diligenciado anteriormente no local, o qual é um pequeno sobrado com garagem à frente, estando o imóvel recuado uns 5 metros da rua onde existe uma garagem, permanecendo a referida garagem sempre trancada.

No horário e data supra (dia 12/03/2.009 - 14:59) tocou este Oficial de Justiça a campainha do escritório, sendo que momentos depois uma senhora ao final descrita entreabriu a porta, sendo fato que este Oficial lhe perguntou se ali era o escritório de XXXX Advogados Associados, momento em que a mesma respondeu afirmativamente e começou a se dirigir até o portão para atendimento.

Ato contínuo respondeu este Oficial que ali estava para citar o escritório numa ação trabalhista movida por ex-funcionária. No mesmo momento militarmente e no meio do caminho da garagem a referida senhora girou nos calcanhares dizendo em alto e bom som que não receberia nada e que se este Oficial de Justiça quisesse que voltasse qualquer outra hora, retornando para dentro do sobrado e batendo a porta.

Ainda ficou este Oficial de Justiça atônito por cerca de cinco minutos, aguardando que talvez a referida senhora retornasse ou que a mesma tivesse voltado para dentro do escritório para ligar para alguem para ter orientações, mas tal não aconteceu.

Então por cerca de mais dez minutos tocou este Oficial de Justiça a campainha insistentemente, campainha esta audível claramente da rua apesar do barulho do tráfego, mas depois disso a referida senhora desligou a energia da casa, talvez para não ser incomodada com o barulho.

Passou então este Oficial de Justiça a bater palmas tambem por cerca de dez minutos, conseguindo ver no escuro o vulto da referida senhora dentro do escritório, desta vez falando este Oficial em alto e bom som que era Oficial de Justiça e que o mesmo deveria ser no mínimo atendido para a mesma explicar as razões dessa atitude totalmente desrespeitosa para com a Justiça, inclusive chamando essa cena a atenção de pessoas que transitavam pelo local, mas novamente essa fez ouvidos moucos.

Assim, não restou mais nenhuma alternativa a este Oficial de Justiça face à recusa em se identificar de dar a reclamada por citada, fato que novamente em alto e bom som anunciei, deixando a contrafé dentro do imóvel em local não alcançável da rua e protegido.

Ainda retornou este Oficial de Justiça cerca de cinco minutos depois de pegar seu veículo que estava estacionado distante do local mas ainda nesse momento a referida senhora não tinha acendido as luzes do local nem coletado a contrafé.
Apesar de não querer se identificar ao Oficial de Justiça o ocupante do veículo, informo ao MM. Juízo que havia estacionado defronte o escritório da reclamada um veículo da marca Fiat, cor azul, chapas CCM-XXXX, sendo que o ocupante presenciou toda a cena parecendo estar se divertindo muito com o inusitado de um servidor da Justiça e representante do Juiz estar sendo tratado daquela maneira.

Por ter este Oficial de Justiça outra diligência previamente marcada em outro local da jurisdição, para lá se dirigiu e depois de finalizada esta diligência novamente retornou ao local, sendo fato que apesar da referida senhora novamente não atender o Oficial, as luzes já estavam acesas e a contrafé deixada no local foi coletada por alguem de dentro do imóvel, provavelmente pela mesma já que ao que parece só existia a ela dentro do escritório, ocorrendo este retorno do Oficial ao local exatamente às 15:36 horas.

Assim e face à recusa da referida senhora sequer atender este Oficial de Justiça, não se sabendo inclusive se esta é funcionária do escritório ou até mesmo uma advogada, caso este que as atitudes tomadas seriam mais graves, passo a descrevê-la: uma senhora de aproximadamente 35 a 37 anos, caucasiana, altura aproximada de 1,65 metros, magra com peso aproximado de 55 quilos, cabelos crespos curtos provavelmente feitos com permanente na cor preta ligeiramente avermelhados, olhos castanhos até onde este Oficial consegui distinguir pois a mesma não se aproximou do portão, vestida com uma calça social branca e blusa de cor mais escura.

Assim e por tudo o acima relatado dei a reclamada por citada, apenas a lamentar que este representante do Juízo tenha sido tratado de tal forma justamente num escritório de advocacia, onde o respeito à Justiça deveria ser a regra, até mesmo orientando os funcionários, caso a referida senhora seja uma funcionária e não uma causídica, a tratar com respeito quem nas ruas representa o juiz, esse sim desprestigiado com atitudes deste tipo. Era o que cumpria informar.

Diante do exposto, devolvo-o e submeto à apreciação de V. Exa

SÃO PAULO, 12/03/2009


__________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Oficial de Justiça Avaliador

Nenhum comentário:

Postar um comentário