quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ministro diz a servidor que PCS depende de "Peluso, Lula e Dilma" - Fonte Sintrajud


Ministro diz a servidor que PCS depende de "Peluso, Lula e Dilma"

Dirigente da federação, Pedro Aparecido cobra de Paulo Bernardo a aprovação do projeto e alerta para necessidade da mobilização para enfrentar cenário difícil

O ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, voltou a ser questionado a cerca da aprovação do projeto de lei que revisa o plano de cargos e salários dos servidores do Judiciário Federal (PL 6613/2009). O ministro disse, ao ser cobrado pelo servidor Pedro Aparecido de Souza, que a decisão do governo sobre o assunto dependerá de uma conversa entre ele, Peluso, “o presidente Lula e a Dilma”, que só aconteceria após as eleições.
O titular do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) se referiu assim à candidata do PT e da coligação governista à Presidência da República, Dilma Rousseff: não como postulante, mas como presidenta eleita no primeiro turno.

Provocado por Pedro Aparecido, que é diretor da federação nacional (Fenajufe) e do sindicato de Mato Grosso (Sindijufe-MT), Bernardo disse que o “acordado” entre o Executivo e o Judiciário prevê apenas essa conversa sobre o projeto, sem qualquer pré-definição em termos de aprovação da proposta.

Segundo Pedro, o ministro voltou a dizer que “há remédio” para a não inclusão da previsão de recursos para o PL 6613 na Lei Orçamentária de 2011, o que poderia ser resolvido por meio de uma emenda. “Mas tem que ter acordo”, frisou Bernardo.
Conversa ocorreu no norte do Paraná.

Obra tanto do acaso, quanto da iniciativa do dirigente da federação, que integra o movimento LutaFenajufe, a conversa entre os dois ocorreu em Santo Antonio da Platina, no norte do Paraná, na sexta-feira (10). Natural do estado, Pedro Aparecido estava na cidade visitando familiares quando soube, por intermédio de um dirigente sindical local, que o ministro se encontrava na região. Bernardo é de Londrina e fora ao norte do Paraná aparentemente para fazer campanha eleitoral. A esposa dele, Gleisi Hoffmann (PT), disputa uma vaga ao Senado.

A conversa do dirigente da Fenajufe com o ministro foi rápida, durou pouco mais de cinco minutos, e transcorreu durante uma atividade na casa da prefeita de Santo Antonio da Platina, Maria Ana Pombo (PT). Toda conversa entre eles girou em torno do PL 6613 e da questão orçamentária.

De acordo com Pedro Aparecido, Bernardo não deixou margem para dúvidas quanto a dois aspectos da visão do Planejamento sobre o PCS-4: a previsão legal orçamentária é secundária diante de um eventual acordo; e nada está resolvido com relação ao projeto, cuja definição passará pelo crivo de “Lula e Dilma”.

Essa concepção quanto ao ‘acordo’, observa Pedro, é “absolutamente diferente” da expressada aos servidores pelo ministro Cezar Peluso. Quando recebeu os representantes da federação, logo após o fim da greve, o presidente do Supremo Tribunal Federal disse que tudo caminhava dentro do combinado. Não haveria motivos para preocupação, já que fora acordado que após as eleições seria encontrada uma solução satisfatória para o caso.
No entanto, o cenário que se projeta para depois das eleições que acontecem no dia 3 de outubro, avalia o servidor, não parece ter nada de tranquilo. “Vão ser anos difíceis”, adverte. “Depois das eleições, a Dilma, se for eleita, vem com muita força” e deve tentar aprovar mudanças na Previdência e endurecer ainda mais nas questões salariais – o que não seria diferente com José Serra, o candidato do PSDB/DEM, ressalta. Ele vê como muito provável que o PLP 549/2009, que congela os salários do funcionalismo por dez anos, volte a ocupar a pauta de prioridades do governo.

Diante disso, o sindicalista defende que a categoria comece já a construir as condições para uma nova greve nacional do Judiciário e do MPU. As duas semanas da jornada de mobilizações nos estados, que vai de 13 a 24 de setembro, e o ato nacional no dia 28, em Brasília, são momentos preciosos para isso. “Não tenho ilusão nenhuma de que vai ser fácil, mas se sairmos fortalecidos da reunião ampliada do dia 9 de outubro, com uma data para fazer uma grande greve, acho que tem jeito sim”, finaliza.

Por Hélcio Duarte Filho
(com dados da Redação do Sindijufe-MT)
Luta Fenajufe Notícias

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