Retiradas 70 famílias em reintegração de posse
Do Diário OnLine
Setenta moradias foram destruídas nesta quarta-feira durante o processo de reintegração de posse para a retirada das famílias que ocupavam irregularmente um terreno que pertence à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) na Vila Ferreira, em São Bernardo. A ação foi suspensa por volta das 18h e deve ser retomada às 7h de amanhã. De acordo com a Polícia Militar, a reintegração foi pacífica, havendo apenas uma resistência. José Ribeiro Pereira, 62 anos, se recusou a deixar sua casa alegando que é proprietário da área em que morava. Nervoso, ele desacatou um oficial de Justiça, recebeu voz de prisão e foi levado ao 8° DP (Distrito Policial) do município para elaboração do Termo Circunstanciado. Pela manhã, havia sido determinado que o Ministério Público iria acompanhar os oficias de Justiça na retirada das famílias. O acordo foi feito durante uma reunião entre o promotor da Vara da Infância e Juventude de São Bernardo, Jairo Edward de Luca, oficias de Justiça, representantes da CDHU e lideranças da comunidade. Negociações - As negociações entre os moradores e a CDHU para a saída do local começaram na terça-feira. Após muitas reuniões, as partes não chegaram a nenhum acordo, já que os moradores exigiam abrigo para todos ou então mais 48 horas para deixar o terreno. Hoje ficou estabelecido que todas as famílias serão cadastradas pela companhia e receberão o auxílio de R$ 1,2 mil no prazo de 48 horas. Famílias com crianças ou com portadores de necessidades especiais serão encaminhadas a hotéis. O Conselho Tutelar foi acionado para dar apoio à comunidade.
A CDHU alega que a remoção dos moradores é necessária para o desenvolvimento de um projeto de urbanização que irá beneficiar 2 mil famílias. Serão construídas 280 unidades destinadas a população do bairro.
Histórico - Esta é a terceira ação de reintegração de posse realizada na Vila Ferreira. A primeira foi executada em 2007. Contudo, o terreno foi invadido novamente e, no final de 2009, a Justiça autorizou a segunda ação. Mas, em 2010, outras famílias ocuparam o local e agora são obrigadas a deixar o terreno. (Com informações de Elaine Granconato)
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