sábado, 30 de julho de 2011

CASOS DE OFICIAIS DE JUSTIÇA: AGRESSÕES E MORDIDAS NO INTERIOR DE SÃO PAULO - Fonte Aojesp

CASOS DE OFICIAIS DE JUSTIÇA: AGRESSÕES E MORDIDAS NO INTERIOR DE SÃO PAULO.


Certidão de Oficial de Justiça do interior de São Paulo demonstra os riscos que corremos no dia a dia da profissão.



"Certifico que no dia 29 de março realizai diligências na Rua São Lino e encontrei o imóvel fechado, apenas com cachorros. 

No dia 07 de abril, por volta das dezenove horas e quinze minutos, realizei novas diligências, onde após permanecer alguns minutos sem ser atendido, e, suspeitando que havia pessoas na cozinha, sentado numa cadeira e sobre a mesa, vários gatos. 

Após me apresentar, solicitei a presença do Executado. 

Decorrido alguns minutos, cientifiquei acerca do mandado, onde o corredor Celino começou a gritar: “vá embora, da minha casa nada será penhorado, suma daqui”. 

Diante de tal atitude, solicitei que o Sr. Bruno se dirigisse ao portão, local mais claro para inteirá-lo acerca de possível constrição de seus bens. 

Com o auxílio de muletas o Sr, Bruno se dirigiu ao portão e, nesse ínterim, Celino, de forma bastante alterada, caminhava rapidamente no corredor, indo e voltando, além de prestar atenção. 

Após CIENTIFICAR o Sr. Bruno, que se identificou como sendo amigo de Celino e, bravo, proferiu as seguintes palavras: “estou cansado de cobranças em minha casa, esse Celino só me da dor de cabeça”. 

Informei-o acerca da relação de bens da as casa, pois, conforme constava no mandado, é a residência de Celino. 

Disse-lhe então: “como não houve acordo ou quitação da presente Execução, seguindo a determinação do R. mandado, haveria a necessidade de proceder a penhora ou relação de bens”. 

Instantaneamente, o Sr. Bruno se exaltou e, alterando a voz ddisse que nada seria tirado da casa dele. Neste momento me encontrava na beira da calçada próxima ao meu veiculo. 

Simultaneamente, Celino que próximo ao portão a tudo ouvia, abriu-o e de forma inesperada avançou em minha direção me agredindo e tomando o mandado e a contrafé, repelindo a agressão dei-lhe um empurrão, derrubando-o ao chão e imobilizando-o. 

Após se levantar, Celino de posse do mandado em suas mãos, já totalmente amassado, me agredia verbalmente e, RECUSAVA em entregá-lo, dizendo: “suma daqui”. 

Diante do impasse solicitei a devolução e, novamente, por duas ou três vezes Celino avançou em minha direção. 

Numa ocasião consegui reaver o mandado, já danificado e joguei-o dentro do meu veículo, porém, quando tentei entrar no carro, Celino abriu a porta e pegou os outros mandados que se encontravam sobre o banco. Intervi, empurrando a porta, mais ainda assim Celino insistia em pega-los, até ficar com o braço preso na porta, que eu tentava fechar para afastá-lo. 

Nessa investida, Celino me agrediu, porém, imobilizei–o ao solo, dessa vez, segurando o seu corpo para evitar a queda. 

Como o mandado já estava em sua mão esquerda, tentei abri-la, momento em que Celino me mordeu na parte posterior da perna direita, mas sem muito êxito, devido ao tecido da calça. 

Nos momentos de embates, os cachorros (mais de dez) me morderam, causando várias lesões nas pernas esquerda e direita, além de rasgar a calça; danificar os óculos, sendo necessários a troca da armação; Celino conseguiu rasgar a minha camisa, pois quando me agredia, o fazia com as mãos abertas e tentava me arranhar. 

Devido à dificuldade em recuperar o mandado e ter sofrido agressões, pela segunda vez tentei deixar o local, mas ainda assim, Celino impedia o fechamento do vidro e tentava danificar os demais mandados que estavam sobre o assento do passageiro. 

Com dificuldades, consegui ligar o carro, mas o vidro com o acionamento elétrico não obedecia ao comando, pois, Celino fazia força para abaixá-lo. 

Ao deixar o local, em pânico, entrei em contato com o Oficial de Justiça Edson, que rapidamente me socorreu e, apenas em sua presença, percebi as mordidas, pequenos sangramentos e a calça rasgada. 

Em seguida expliquei o ocorrido e o Oficial de Justiça Edson voltou na residência e Celino proferiu as seguintes palavras: “fala para aquele Oficial não vir mais em minha casa” e mais uma vez se RECUSOU em entregar o mandado, nessa altura totalmente danificado. 

Devido aos ferimentos provocados pelos cachorros, arranhão no pescoço, fortes dores no ombro esquerdo e dedo indicador direito, me dirigi ao Pronto Socorro Municipal, pois, desconheço os cachorros bem como a orientação sexual do Executado. 

No hospital fui prontamente atendido , sendo submetido a raio x do membro superior esquerdo e, devido à gravidade das mordidas, por volta das vinte e três horas fui encaminhado por meio de ambulância até o Conjunto Hospital de Sorocaba, onde recebi os devidos cuidados médicos. 

Após ser examinado, fui medicado com a vacina. 

Retornando para Salto, passei por novo exame clínico, recebendo alta médica em seguida. 

Por volta das duas horas retornei à minha residência. Certifico ainda que o atendimento Hospitalar em Salto é o constante na ficha 72264, Boletim de Ocorrência 900190/2011, cópias em  anexo e seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, tomei 05 vacinas anti-rábica e uma dupla adulto, faltando apenas a segunda desta, o que deverá ocorrer na próxima semana. 

Embora o ato processual tenha se verificado há mais de 01 mês, só nesta data consegui certificar o ocorrido, pois, por várias vezes tentei, mas por abalos psicológicos, devido à situação, era impossível digitar, sempre mal começava e “travava”. 

O referido é verdade e dou fé. Salto, 03 de junho de 2011."

Zorobabel VieiraOficial de Justiça 

Um comentário:

  1. Queria sabe o que aconteceu depois no processo. Qual foi a providência do MM. Juiz e da Justiça.

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