BRASÍLIA – 12/11/10 – “Está mais do que comprovado que PCS-4 é economicamente viável. Estudos já foram publicados dando vazão a esse pressuposto – o mais recente, divulgado nesta quinta [11], revela que o impacto na folha para 2011, com o pagamento de duas parcelas, é de apenas 10%. E já se sabe que o que vai determinar sua aprovação é a vontade política em fazê-lo”, ressalta matéria publicada pelo Sinjutra-PR, ao avaliar o cenário das negociações em torno do PL 6613/09.
Os protestos nacionais desta quinta-feira foram parte da estratégia de luta dos servidores do Judiciário Federal para que isso aconteça. “Sabemos que o cenário é difícil quanto à aprovação do PCS, mas temos que nos manter firmes nesse propósito”, disse José Augusto Hammerschmidt, durante as duas horas de paralisação no Fórum Trabalhista de Curitiba.
Hammer, como é conhecido o servidor de Araucária, afirmou que o fato de o ministro Peluso ter se pronunciado em defesa do projeto tão logo soube das declarações de Paulo Bernardo contrárias ao reajuste da categoria, é algo relevante, mas isso só não basta. “O STF, na figura de seu presidente, precisa se impor e tomar as rédeas da situação. Se o combinado foi tratar da questão após as eleições, é hora dele [Peluso] agir em defesa dos servidores que considera desvalorizados”, afirmou.
Ele se refere ao que disse o ministro a jornalistas em Washington, nos Estados Unidos. Entre os aspectos apontados por Peluso estão a defasagem salarial em relação a carreiras correlatas do Executivo e do Legislativo e a migração de parte do quadro para os outros poderes em decorrência de melhor remuneração. O presidente do STF teria posto ainda que enquanto carreiras do Executivo obtiveram reajustes salariais, o Judiciário não garantiu sequer as perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
O retorno de Peluso está previsto para o dia 16, véspera da data indicativa para uma nova greve nacional e da audiência que coordenadores da Fenajufe terão com ele, caso não haja nenhum imprevisto e o encontro não seja desmarcado, como acabou ocorrendo em outra ocasião.
A servidora Rosicler Bonato, que participou da mobilização em São José dos Pinhais, também criticou o presidente da mais alta corte do Judiciário. Na opinião dela, o ministro tem grande culpa pelo atual quadro de dificuldade em que se encontra o PCS e responsabilidade no desdobramento que o projeto terá.
“A omissão do ministro do STF está se tornando imperdoável. Peluso é o grande responsável pelo andamento que o PCS terá daqui para frente. Ele precisa fazer valer a autonomia e a independência do Judiciário na aprovação do projeto assinado pelo próprio Supremo. Ele tem que corrigir o critério da parcialidade quando só os magistrados foram incluídos e os servidores ficaram de fora da Lei Orçamentária Anual de 2011”, disse, indignada, a servidora lotada na 3ª Vara da cidade da Região Metropolitana de Curitiba.
Em São José dos Pinhais, de acordo com Rosicler, boa parte dos servidores paralisou as atividades por duas horas contra os salários congelados.
Fonte: Sinjutra-PR
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