DIA DA JUSTIÇA, 08 DE DEZEMBRO, 12:30 HORAS: SUICÍDIO DE UMA OFICIAL DE JUSTIÇA
A AOJESP foi comunicada às 16:15 horas desta quinta-feira (08/12) de que uma Oficial de Justiça do Fórum de Santana havia se suicidado. Imediatamente a AOJESP tomou providências sobre o fato, telefonando para o 19º Distrito da Vila Maria. O delegado informou que a servidora saltou de uma ponte na Rodovia Presidente Dutra.
A indignação é um sentimento que toma conta da diretoria da entidade há muito tempo pela omissão do Tribunal de Justiça, da Corregedoria Geral, do Órgão Especial, dos assessores da presidência e do corregedor geral. A AOJESP tem levado há muito tempo os fatos opressores que ocorrem nos cartórios e, ultimamente, nas Centrais de Mandados. O Oficial de Justiça passou a ser uma máquina de trabalho, onde cada um trabalha por três. O argumento do Tribunal é sempre o mesmo: “NÃO TEMOS VERBA”.
Entretanto, justamente hoje, dia da Justiça, os jornais de São Paulo tiveram a coragem de divulgar fatos de corrupção dentro do Tribunal de Justiça de São Paulo, que há muito tempo os servidores comentam. A diferença é que uma denúncia feita por um simples servidor não tem a mesma força de convencimento que as feitas pela grande mídia.
Nossa revolta, nossa indignação, nosso inconformismo com este fato em que a colega Lucimeire Mansano, no auge do desespero, colocou fim à própria vida, se volta contra o próprio Tribunal de Justiça, onde atuam pessoas individualistas, egoístas, ciosas de poderes nas mãos, que, para nós, têm a maior parte da culpa pela morte desta colega.
A omissão está regulamentada pela lei como crime. O Tribunal de Justiça está inserido nesta culpa, posto que eles acompanham as denúncias feitas pelos Oficiais de Justiça e por centenas de servidores cartorários que adquirem doenças no ambiente de trabalho. Ambiente atrasado, retrógrado, insalubre e pesado, onde a superada hierarquia funcional exerce pressão tal sobre os que trabalham que aí está o resultado.
Se tivéssemos jornais destemidos, com profissionais altivos, bastaria visitar os cartórios do Fórum Criminal da Barra Funda, do Fórum Cível na Praça João Mendes e os onze Fóruns Regionais para constatarem as péssimas condições de trabalho à que estão submetidos os servidores. Até mesmo poderiam acompanhar os Oficiais de Justiça nas diligências em locais perigosos e insalubres para checarem as centenas de mandados que esses profissionais são obrigados a diligenciar com prazos exíguos.
Mesmo a produtividade sendo impossível, existem juízes que não tem a mínima consideração e abrem processos administrativos contra esses trabalhadores. Este é o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Quem visualiza o prédio, à noite, iluminado pelo prefeito de São Paulo, só pode admirar a belíssima obra de Ramos de Azevedo: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”.
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