quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Oficial de Justiça terá nova prova 0 Fonte Jornal Zero Hora
Oficial de Justiça terá nova prova
A anulação da prova do concurso para oficial de Justiça do Tribunal do Estado (TJ-RS) reforça o debate sobre problemas que envolvem seleções públicas. Realizado no dia 18 de abril em sete cidades gaúchas, o processo foi marcado por denúncias de irregularidades.
Cerca de 78 mil pessoas se inscreveram na disputa de 122 vagas para o cargo, cujo salário inicial previsto é de R$ 4.095,90 para uma jornada de 40 horas semanais, sendo R$ 1.061,90 de risco de vida.
Nos últimos meses, pelo menos outros três concursos de grande procura também foram anulados. Um deles foi o da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), realizado em março deste ano e cancelado porque a organizadora usou questões empregadas em outros certames.
A seleção da Polícia Rodoviária Federal foi suspensa em março por suspeita de fraudes. Em dezembro de 2008, por denúncias de irregularidades, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) também anulou as provas do concurso público realizado no dia 14 daquele mês.
Queixas dos candidatos sobre o concurso do TJ envolvem supostas fraudes na aplicação das provas em Passo Fundo e o caso de dois irmãos aprovados com nota final idêntica (mesmas pontuações nas provas de língua portuguesa, conhecimentos específicos e legislação).
Há reclamações também de que pessoas preencheram as folhas de resposta após o tempo regulamentar, além de problemas na fiscalização.
Entre os descontentes com a aplicação do exame, Joelma Lirian Peretti Barbosa, 32 anos, recebeu a notícia da anulação com alívio. Formada em Direito no início deste ano, ela abriu mão até de estudar para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para se dedicar exclusivamente ao concurso de oficial de Justiça e ficou decepcionada após a aplicação do exame: – Além de desorganizada, achei a prova mal formulada.
E não foi só eu que senti isso, porque quando deram a notícia do cancelamento hoje (ontem) no cursinho preparatório, toda a minha turma vibrou. TJ informa que decisão é para manter lisura de certame Em nota, o tribunal informa que a decisão foi tomada para que a lisura do certame não fosse comprometida diante das reclamações de alguns concorrentes. As queixas seguem sob investigação pelo Ministério Público Federal: – As provas já reunidas foram encaminhadas ao conhecimento da Comissão de Concurso e devem ter contribuído para a decisão administrativa de anulação da prova, que era a providência esperada pelo Ministério Público – diz André Felipe de Camargo Alves, 6º promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
Segundo a assessoria de imprensa do TJ, está sendo providenciada a rescisão do contrato firmado com a Fundação Conesul – responsável pela execução da seleção – para dar prosseguimento ao certame.
Ainda não há previsão de uma nova data para a aplicação dos exames. De acordo com Nelson Guarda Júnior, gerente de concursos da Conesul, a empresa se reuniu com a comissão organizadora do tribunal há cerca de duas semanas: – Na ocasião, ficou combinado que a melhor atitude seria pelo cancelamento das provas.
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