quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Servidores do TRT-RO/AC aprendem linguagem de sinais para melhor atender os surdos - Fonte CNJ

Servidores do TRT-RO/AC aprendem linguagem de sinais para melhor atender os surdos


Para garantir maior acesso das pessoas com dificuldades auditivas, servidores da Justiça do Trabalho em Porto Velho foram capacitados pela primeira vez em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. O curso, encerrado no fim de setembro pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região em parceria com o Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez da Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (Seduc-RO), vem cumprir um importante papel na Justiça Trabalhista na efetiva prestação dos serviços públicos e eliminação das barreiras sociais.


O treinamento vem atender a Resolução n° 64/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que prevê o uso de Libras e a capacitação de servidores no âmbito da Justiça do Trabalho de 1° e 2° graus para atendimento de pessoas surdas, a se realizar no prazo máximo de um ano, após a publicação da referida Resolução, datada de 28 de maio.


Coordenado pela Secretaria de Gestão de Pessoas (SGEP) e a Escola Judicial (Ejud), o curso vem atender o tema “Acesso ao Sistema de Justiça e Efetividade” do Planejamento Estratégico 2009/2014 do Tribunal.


Para o instrutor surdo, Francisco Adison, a iniciativa do TRT mostra a preocupação do Poder Judiciário em lidar com as diferentes formas de comunicação. “Enquanto surdo, quero que todos do TRT venham fazer o curso e aprender a linguagem de sinais”, disse ele utilizando a técnica com as mãos.


De acordo com o assessor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (APDI) do TRT, João Bosco, esta primeira turma foi realizada a custo zero, devido à parceria com o Estado. Segundo ele, a intenção é interiorizar a capacitação para os servidores de Rondônia e Acre, com a ajuda de ferramentas de ensino à distância, disponíveis na Escola Judicial.


Dirces Marli é servidora do Tribunal há 16 anos e costuma atender o público diariamente no Protocolo da Secretaria de Cadastramento Processual. Ela conta que há seis anos atendeu com muita dificuldade um surdo, sendo que o mesmo não retornou mais para saber do caso. “Hoje sei da importância de aprender a linguagem dos sinais e da sua necessidade de abrir as portas”, destacou.


Já o agente de segurança, Nilson Marcelino, que também é servidor há 16 anos, revelou que antes do curso se achava incluído na sociedade, mas chegou à outra conclusão. “Depois de aprender a Libras, vejo que quem estava excluído era eu e agora posso ter maior acesso às pessoas com surdez”, completou.


A Resolução n° 64/2010 do CSJT diz que cada TRT capacitará até 5% do total de servidores do quadro efetivo. Os atendimentos em Libras estarão sujeitos a padrões de controle de qualidade e a avaliação periódica da satisfação do usuário mediante contato com a Ouvidoria de cada TRT.

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