sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ajufe pede providências às autoridades diante da descoberta de plano para assassinar juízes federais no MS - Fonte Ajufe

CRIME ORGANIZADO
Ajufe pede providências às autoridades diante da descoberta de plano para assassinar juízes federais no MS



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O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, solicitou a antecipação das audiências marcadas com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, para que sejam tomadas medidas urgentes com relação ao plano de assassinato de magistrados federais descoberto ontem (3), no Mato Grosso do Sul. 

O bombeiro militar Ales Marques, detido no Presídio Militar de Campo Grande (MS) desde julho do ano passado, por supostamente liderar uma quadrilha de traficantes internacionais de drogas, teria engendrado um plano para eliminar juízes federais que têm julgado seus processos. Entre os possíveis alvos está uma juíza de Ponta Porã.

“A Ajufe reclama uma ação contundente e imediata das autoridades para que seja resguardada a integridade destes magistrados ameaçados, que combatem, diariamente, mediante suas decisões, o crime organizado e o tráfico internacional de entorpecentes. Como digo sempre, o juiz deve ter tranquilidade para exercer suas funções, sem temer reações às suas decisões quando contraria interesses de poderosos ou facções criminosas. Ele precisa de respaldo do Estado, tem de ser considerado como membro de Poder. É necessário resgatar esse conceito em benefício da sociedade. No dia em que o juiz tiver medo, o Estado democrático de Direito correrá riscos”, sentenciou Gabriel Wedy.

Leia a matéria publicada no site do MPF no Mato Grosso do Sul:

MPF/MS: descoberto plano para assassinato de magistrados federais 

Militar preso por tráfico internacional de drogas e armas usa celular, circula fora do presídio e trama morte de juízes federais 

O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) pediu à Justiça a transferência do bombeiro Ales Marques, que está detido no Presídio Militar de Campo Grande, para um estabelecimento penal federal de segurança máxima, preferencialmente fora do estado. O pedido foi ajuizado nesta quinta (3).
 


Investigações revelaram que Ales, mesmo preso, arquiteta a morte de desafetos e de juízes federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar quadrilha de tráfico internacional de drogas. 

Entre outras medidas, o MPF solicitou à Polícia Federal (PF) providências para resguardar a integridade dos magistrados ameaçados. 
O Ministério Público Federal enfatiza ainda as questionáveis condições da custódia dele no presídio militar, onde está desde julho de 2010. Lá, ele continuou usando celulares livremente.
 

Preso acompanha diligência fora do presídio 

Um outro fato “estarrecedor” foi a notícia da saída dele do presídio em 14 de janeiro deste ano, em uma viatura da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, junto com um capitão e mais dois policiais militares, para uma “diligência” a uma chácara de Campo Grande, de posse alheia. Ales Marques - sem algemas ou qualquer identificação da sua condição - e os policiais ingressaram no imóvel, contra a vontade do ocupante e sem mandado judicial, onde passaram a fazer buscas, sem especificar o que procuravam.


O fato foi confirmado pela Polícia Federal (PF), que obteve vídeos da ação e colheu dados que reforçaram as suspeitas da existência de planos de Ales Marques para assassinato dos magistrados e de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande.
 


Pedidos do MPF 

Além da transferência, o MPF pede ainda que a Justiça autorize o compartilhamento de provas com outros órgãos como Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS), Corregedoria da Polícia Militar e a Justiça Militar Estadual. O MPF pede a instauração de inquérito na PF para apuração dos crimes de ameaça e coação contra juízes federais, por parte do preso.
 


Entenda o caso 

Ales Marques foi preso em flagrante em julho de 2010 e teve a prisão preventiva decretada em outubro de 2010, durante a operação Maré Alta. O MPF denunciou 18 pessoas da quadrilha, inclusive a ex-mulher e os filhos do militar, que também estão presos. Foram apreendidos, com a associação criminosa, quase 80 kg de cocaína.
Conforme a denúncia, a quadrilha atuava com foco no abastecimento, em larga escala, a mercados consumidores de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A cocaína, proveniente do Paraguai, ingressava no Brasil pela fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. Nesta cidade, a droga era acondicionada em veículos e seguia para o destino.


O acusado responde a duas ações penais, por tráfico e associação para o tráfico transnacional e interestadual de drogas, bem como tráfico internacional de arma de fogo. Os processos correm na Justiça Federal de Ponta Porã.
 


Texto de abertura: Andréa Mesquita
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do 
Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul

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