sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sem PCS, servidores ficam desmotivados e deixam o Judiciário - Fonte Sintrajud

Sem PCS, servidores ficam desmotivados e deixam o Judiciário

Levantamento do STF mostra que, em dois anos e meio, 37% da evasão de servidores foi pela opção por carreiras no Executivo e Legislativo
 
Entre maio e 2008 e dezembro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu posse a 200 analistas judiciários. 30% destas vagas surgiram porque o servidor que estava no cargo optou por outra carreira pública. 

É o que mostra um levantamento do próprio STF, obtido pela imprensa do Sintrajud. O estudo mostra que a rotatividade também se repete nos cargos de técnicos: dos 177 convocados, no mesmo período, 45% supriram vagas abertas porque outras carreiras públicas foram mais interessantes aos servidores.

 “A título de exemplo, ressalta-se que das 10 vacâncias ocorridas para o cargo de analista judiciário – área administrativa, sete decorreram de saídas de servidores para ocupar cargos de mesmo nível em outras carreiras”, pontua o levantamento. 

Outro dado interessante abordado no estudo, e que desmente toda a propaganda feita pelo governo federal e pelos órgãos da grande imprensa, é que a carreira dos servidores do judiciário federal é a menos atrativa entre as carreiras correlatas no Executivo e no Legislativo. 

A carreira dos técnicos do judiciário é a que tem maior defasagem quando comparada com os cargos de nível médio do Executivo e do Legislativo. 

Atualmente, no Judiciário, um técnico em início de carreira recebe R$ 3.993,09, ao passo que no Executivo, um servidor de nível médio, no cargo de Analista Tributário da Receita Federal, ingressa recebendo R$7.996,07, e no Senado, um técnico legislativo inicia sua carreira com R$ 13.200,04. Já no final de carreira, um técnico judiciário recebe R$ 6.360,71, enquanto que no Executivo, como Analista Tributário da Receita Federal, o salário em final de carreira é R$ 11.595,00 e no Senado, R$ 15.588,24. 

O levantamento do Supremo corrobora diversos estudos elaborados pelo Departamento Econômico do Sintrajud, que podem ser vistos no site (www.sintrajud.org.br). 

“Essa procura por outras carreiras públicas, com cargos parecidos, mas com salários muito mais atraentes, é a demonstração de que precisamos do PCS para ontem. 

Por isso temos que nos mobilizar. Não podemos esperar somente pela boa vontade do presidente do STF, precisamos pressioná-lo”, disse Antonio Melquíades, diretor do Sintrajud e da Fenajufe. 

Melqui argumenta que o risco do congelamento, previsto no PLP 549/09, pode tornar a situação ainda mais crítica, por isso, a mobilização é fundamental: “Nós servidores públicos estamos com a corda no pescoço, e apenas a nossa mobilização fará com que Peluso se sente com Dilma para negociar o nosso PCS”. 

Carlos Eduardo Batista 

Nenhum comentário:

Postar um comentário